Uma semana decisiva se inicia


Coluna Daniel Cidade
Palpitando os fatos


Uma semana decisiva se inicia:
O que pretende fazer?

Publicado em 09/12/2019.



É semana de estarmos em estado de protesto e em pressão incessante em nossos Senadores, na minha opinião. #SenadoresTravemAPauta. Entenda o porquê.

A semana que se inicia tem tudo para ser animadíssima na política nacional. Mas temos muito mais motivos para ficarmos vigilantes do que para comemorar. Os presidentes da Câmara e do Senado continuam simulando surdez aos anseios daqueles que lhes concederam mandato e emanantes do Poder que eles deveriam exercer. Com relação as pautas do Poder Legislativo, há dois destaques:

O primeiro é que o Congresso Nacional, em sessão marcada para terça-feira às 11:00h, continuará da apreciação dos vetos da mini-reforma eleitoral suspensa ante derrota (faltam vetos sobre pagamentos de multas eleitorais e sobre condições de inelegibilidade de candidatos) e questões das mulheres marisqueiras, para poder destravar a pauta. Aí é que vem o perigo: o ponto seguinte é a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020, ajustada pelo Executivo, mas já rabiscada na CMO para acomodar o estratosférico “Fundão Eleitoral”. O ponto seguinte é a apreciação de várias suplementações orçamentárias para 2019, das já famosas liberações da dupla Bolso-Guedes, que abarca diversos ministérios, CNJ, Estados e municípios, seguridade, dentre outros.

Notem que o Orçamento está espremido entre os vetos e as suplementações. Voltarei a esse ponto logo à frente, mas, antes:

O segundo destaque é referente ao Senado e a Câmara. E é justamente sobre o que não está na pauta. A sinalização é de que o Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP) e o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), continuarão se fazendo surdos ou desentendidos à pauta popular, arrogando-se a primazia de escolha da pauta que o Regimento lhes confere para continuar afrontando os pedidos cada dia mais eloquentes dos concessores de seus mandatos. De positivo, o fato de a Presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB/MS), diante da demonstração dos Presidentes das Casas de deixar o assunto da segunda-instância para a próxima legislatura e de estarem mais preocupados com o “Fundão Eleitoral” do que com isso, haver incluído o PLS 166/2018, que trata da questão da prisão em segunda instância no âmbito do Código de Processo Penal na pauta de terça-feira. Ao que parece, a aprovação na CCJ é terminativa e na sequência o PLS segue para a Câmara. Ou seja, sua aprovação demonstraria boa vontade do Senado, mas não resolveria o caso da segunda instância.

Quem me acompanha há mais tempo, sabe que tem tempo que digo que a chave da questão é o Senado. E que, para os que achavam que a "barganha" terminaria na Reforma da Previdência, que ela viria nos próximos projetos, inclusive no orçamento. Como?

De um lado, temos as pautas populares travadas:

- Impeachment do Gilmar Mendes, que já tem apoio de um bom número de senadores;

- Pacote Anticrime do Ministro Moro, priorizando-se a prisão em segunda instância, que também parece ter um número que já não pode mais ser desconsiderado de senadores favoráveis;

- Não ao “Fundão do Maia”, mais problemático, já que há grande número de partidos interessados nessa grana, declarados ou não e independentemente de matizes ideológicos.

De outro lado, temos a questão do orçamento que, além do Fundão para 2020, tem suplementações para 2019 que incluem até estados e municípios, mas que estão travadas pelas análises de veto precedentes.

Juntando essas duas pontas, e que ocorrem no mesmo dia, não vejo outra sugestão que não seja pressionarmos os senadores a honrarem seu papel no parlamento bicameral e intervirem nisso. Podem começar propondo uma inversão da pauta e liberando as emendas, condicionando a aprovação do Orçamento 2020 – e suas férias – às aprovações das pautas populares. Se não houver acordo, eles têm número suficiente para travar a pauta do Congresso Nacional, basta não darem quórum para a deliberação sobre os vetos.
ATENÇÃO: é a postura dos senadores que responderá à população se estão se alinhando às pautas populares ou se isso é discurso vazio em busca de likes e votos. Como popularmente se diz, falar até papagaio consegue. Essa semana veremos se temos senadores com a responsabilidade que o cargo demanda, que honram seus mandatos concedidos pelo povo e o juramento de posse, ou se temos de considerar não elegê-los nem para fiscal de jardim.
Por via das dúvidas, eu já começaria levantando na noite de hoje (segunda-feira) a #SenadoresTravemAPauta. Vale buzinaço, twitter, e-mail. Só não vale se calar. 

Forte e esperançoso abraço!


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